quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Uma mensagem para o Guga

Tem dias que a gente sabe que vão chegar, mas por mais que nos preparamos nunca vamos estar preparados o suficiente para encará-los. Ontem à noite difícil não se emocionar ao ver o Guga tentando não sucumbir à dor e continuar jogando aquele segundo set de sua estréia no torneio de simples do Aberto do Brasil. Ele sabia que era seu último jogo na competição. Nitidamente, não estava agüentando mais e, ao final, derrotado na partida, mais uma vez provou o ser humano raro ao discursar com sua costumeira sinceridade:

- Isso é mais difícil do que ganhar Roland Garros para mim. É muita coisa inesperada, muita emoção. Antes de entrar na quadra, de uma hora para a outra, vieram todas lembranças que o tênis me trouxe. A cada dia que passa, vejo que o tênis simboliza minha vida. Eu amei este esporte, vivi intensamente os anos em que pude jogar meu melhor, vivi mais intensamente ainda os anos em que tive minhas maiores dificuldades, e hoje saio super feliz e satisfeito, e muito orgulhoso por esse carinho que consegui conquistar. Eu aproveito pra agradecer a vocês, e não é que eu não queira jogar mais. Desculpa, mas não consigo mais."




Guga, meu querido e eterno ídolo, você não tem nada pelo qual se desculpar. Tudo, absolutamente tudo, o que você já fez nas quadras e ainda está fazendo nesse seu ano de despedida só nos honra e o enobrece diante do mundo.

Porque você podia apenas ter dito que não jogava mais e pronto. Mas você não é daqueles que foge do páreo. Assim como acreditou no sonho de conquistar os torneios da ATP e ser o número 1 de um mundo tão competitivo e desgastante quanto o do tênis você sabe que há pessoas nas arquibancadas que o admiram.

Felizardos somos nós que o vimos em ascensão, que o vimos conquistar tantos títulos, que vibramos com suas vitórias, que vivemos o seu tempo.

Felizardos somos nós que sorrimos com você a cada troféu erguido, cada ponto conquistado, cada bola recuperada, que respiramos com você a cada suspiro.

Felizardos somos nós em termos sido tão bem representados por alguém que não mudou o jeito de ser mesmo depois de tantos feitos, que foi e será sempre único.

Perdão pedimos nós a ti pela incompreensão de uns poucos neste País que mal sabe o que de tão extraordinário uma simples raquete e uma pequena bola amarela podem fazer.

Nós só temos a lhe agradecer e dizer que o que você não o fez apenas entrar para a história. Foi além. Abriu a porta de nossos corações para ti. E é lá que estarás.

Para sempre!

3 Comentários:

Blogger Viviane Fontoura disse...

Lindo, Gilzoca!

O Guga vai deixar saudades...

13 de fevereiro de 2008 às 13:26  
Blogger Expedito Paz disse...

O mais chato é ler e ouvir um bando de gente que não sabe o que diz falando besteira sobre o Guga.

O mais lamentável é que ele fez tudo que fez, e o tênis brasileiro não evoluiu nada nesse período. Voltamos aos tempos em que ter um top 100 será motivo de comemoração.

13 de fevereiro de 2008 às 21:12  
Blogger dea disse...

Eu vou ajoelhar no milho, é isso?

Bonita homenagem, Gil! =)

13 de fevereiro de 2008 às 21:44  

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