Há 23 anos
Sabe aquelas datas das quais você nunca irá esquecer?
Aquelas que, de tão marcantes, ficam marcadas na tua mente e no teu coração de forma tal que você é capaz de lembrar de cada momento ocorrido antes, durante e depois?
Há 23 anos, eu vivi um dia desses.
Tinha 11 anos.
Estava aguardando o meu primeiro show.
Levei um susto na véspera.
Na saída da escola, um estranho surgiu do nada com uma bicicleta puxando papo. Eu tinha me afastado das meninas na pressa para chegar logo em casa. Acabei reduzindo a velocidade dos passos e, em grupo, acabei me livrando dele.
Já na rua aqui de casa, foi inevitável não conversar com as meninas sobre o show do dia seguinte. Acho que quase todas as garotas que conheci e suas amigas e suas primas também já estavam de ingresso comprado. A maioria de nós estava indo curtir, minha melhor amiga não. Três anos mais velha que eu, de formação evangélica e apaixonada pelo meu irmão, tinha sido recrutada para vender revistas do quinteto durante a apresentação.
Mainha, coitada, vendo que não tinha como fugir, negociou uma folga no trabalho. Meu irmão queixava-se em ir comigo e minha mãe ao estádio do Arruda. Eu o entendo hoje em dia, claro. Mas eu vivia repetindo que era inveja o que ele sentia.
Às 15h do dia marcado, estávamos na parada do ônibus esperando o coletivo e quando ele chegou a gente não teve dúvidas: todas as meninas dento dele estavam indo para o mesmo lugar. Impossível não puxar papo ou se meter na conversa de alguém para dizer qual integrante era o seu favorito, a música mais animada, a que mais lhe tocava a alma.
O show ia ser às 19h e eu já achava que estávamos atrasados. Não, não estávamos. Mas você acha que é fácil convencer a mente de uma menina de 11 anos que o tempo não passa mais rápido ou mais devagar só porque você quer?
Na integração da Macaxeira, pegamos a segunda condução para o Arruda. E lá havia ainda mais garotas. Todo mundo a caráter. Eu me sentia, já ali, tomando parte de algo realmente especial.
Ao descermos do ônibus e começarmos a caminhada até o estádio (e é uma andada de mais ou menos um quilômetro), via-se uma multidão de meninas de todas as idades. Todas as ruas pareciam levar ao estádio e as garotas pareciam Gremlins se reproduzindo ali, aqui e acolá.
Já entramos no estádio cantando.
Nunca vou esquecer a sensação de entrar e dar de cara com uma multidão já lá dentro. O sol já estava baixando e dava uma coloração muito bonita às pessoas na arquibancada frontal à nossa.
Meu irmão ficou de queixo caído ao notar a quantidade de gente.
Mainha cuidou de arrumar um lugar legal para a gente.
Estávamos longe do palco, sim.
Mas para mim o importante é que eu estava lá.
Ficamos na arquibancada lateral esquerda.
Ainda faltava coisa de duas horas para o show e meus olhos registravam as cenas do que acontecia ali como uma máquina fotográfica.
Todas nós cantando.
As meninas vendendo os produtos sem esconder que eram fãs também.
A surpresa em encontrar a prima de uma amiga cheio de revistas para comercializar.
A hora em que me pisaram o pé quando obedeci mainha e me sentei (ela estava agoniada em me ver em pé todo o instante).
A falta de luz e o fato de, apesar de sentir pânico no escuro, eu apenas ter reagido com um "droga, vai atrasar mais ainda".
E, principalmente, o momento em que as luzes começaram a se apagar e eles surgiram no palco.
O show foi fantástico!
Eu cantei como uma louca!
E eu nunca, nunca vou deixar de ser menudete por causa disso!
Já na rua aqui de casa, foi inevitável não conversar com as meninas sobre o show do dia seguinte. Acho que quase todas as garotas que conheci e suas amigas e suas primas também já estavam de ingresso comprado. A maioria de nós estava indo curtir, minha melhor amiga não. Três anos mais velha que eu, de formação evangélica e apaixonada pelo meu irmão, tinha sido recrutada para vender revistas do quinteto durante a apresentação.
Mainha, coitada, vendo que não tinha como fugir, negociou uma folga no trabalho. Meu irmão queixava-se em ir comigo e minha mãe ao estádio do Arruda. Eu o entendo hoje em dia, claro. Mas eu vivia repetindo que era inveja o que ele sentia.
Às 15h do dia marcado, estávamos na parada do ônibus esperando o coletivo e quando ele chegou a gente não teve dúvidas: todas as meninas dento dele estavam indo para o mesmo lugar. Impossível não puxar papo ou se meter na conversa de alguém para dizer qual integrante era o seu favorito, a música mais animada, a que mais lhe tocava a alma.
O show ia ser às 19h e eu já achava que estávamos atrasados. Não, não estávamos. Mas você acha que é fácil convencer a mente de uma menina de 11 anos que o tempo não passa mais rápido ou mais devagar só porque você quer?
Na integração da Macaxeira, pegamos a segunda condução para o Arruda. E lá havia ainda mais garotas. Todo mundo a caráter. Eu me sentia, já ali, tomando parte de algo realmente especial.
Ao descermos do ônibus e começarmos a caminhada até o estádio (e é uma andada de mais ou menos um quilômetro), via-se uma multidão de meninas de todas as idades. Todas as ruas pareciam levar ao estádio e as garotas pareciam Gremlins se reproduzindo ali, aqui e acolá.
Já entramos no estádio cantando.
Nunca vou esquecer a sensação de entrar e dar de cara com uma multidão já lá dentro. O sol já estava baixando e dava uma coloração muito bonita às pessoas na arquibancada frontal à nossa.
Meu irmão ficou de queixo caído ao notar a quantidade de gente.
Mainha cuidou de arrumar um lugar legal para a gente.
Estávamos longe do palco, sim.
Mas para mim o importante é que eu estava lá.
Ficamos na arquibancada lateral esquerda.
Ainda faltava coisa de duas horas para o show e meus olhos registravam as cenas do que acontecia ali como uma máquina fotográfica.
Todas nós cantando.
As meninas vendendo os produtos sem esconder que eram fãs também.
A surpresa em encontrar a prima de uma amiga cheio de revistas para comercializar.
A hora em que me pisaram o pé quando obedeci mainha e me sentei (ela estava agoniada em me ver em pé todo o instante).
A falta de luz e o fato de, apesar de sentir pânico no escuro, eu apenas ter reagido com um "droga, vai atrasar mais ainda".
E, principalmente, o momento em que as luzes começaram a se apagar e eles surgiram no palco.
O show foi fantástico!
Eu cantei como uma louca!
E eu nunca, nunca vou deixar de ser menudete por causa disso!
4 Comentários:
hehehehe esse negócio de ser fã é um troço doido
menina... eu também tava lá! :D
Eu me senti assim quando entrei no Morumbi e vi o palco montado pro show do U2. Só quem é fã sabe... :D
Gil, meu primeiro show foi Elba Ramalho. Mainha levou a mim e meu irmão. Foi massa!
Mas nada tão emocionante como o que você descreveu aqui. Acho que vou sentir isso ano que vem... Te conto detalhes depois.
Beijos e namarië.
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