A gente não é nada mesmo
Vou dizer uma coisa para vocês, meus queridos cinco leitores: a gente não é nada mesmo nessa vida. A gente se acha isso, se acha aquilo, tem gente até que se acha mais do que a gente, mas no fundo no fundo, a gente não é nada.
Ontem, ao ver o saco plástico contendo os restos mortais de Finha (ou seja, apenas os ossos) eu vi que realmente a gente é um pedacinho de nada em comparação a todas as coisas que regem o mundo ou que estão nele.
Não agüentei ver a retirada do caixão, apenas me certifiquei de que o coveiro estava abrindo a "gaveta" correta e me afastei com minha prima. Sobrou para painho a missão de acompanhar. Ele ainda tentou me dar detalhes, mas pedi que não o fizesse. Não agüentaria.
Passei o dia inteiro fazendo de conta que na mala do carro não estávamos transportando ela e que iríamos enterrá-la novamente, e agora em definitivo, no cemitério em Itabaiana. Minha espinha sentiu um calafrio quando, sem cuidado, o coveiro do cemitério paraibano colocou o saco plástico em cima do mausoléu e os ossos fizeram barulho.
Definitivamente, eu sou a favor da cremação.
É doloroso esse ritual, espero não ter que repetí-lo por vários anos e fiquei imaginando como é para um pai ou uma mãe ter que fazer aquilo com o corpo do filho.
Sim, eu sei que é melhor fazer isso que deixar que os ossos simplesmente sejam retirados do caixão e jogados no lixo ou quem sabe até comercializados. Mas que eu acabei o dia com enxaqueca daquelas e um peso no coração sem tamanho, acabei.
Não tive como evitar.
E fiquei pensando em como certas coisas poderiam ser diferentes. Em como as pessoas são tolas e em como a gente... a gente não tem poder para nada.
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