O inesquecível Visconde

Tem gente que marca a vida da gente e a gente nem sequer tem o prazer de conhecer pessoalmente, dar um abraço e dizer como essa pessoa vai estar sempre presente no nosso coração por pertencer a lembranças tão queridas de nossa vida.

Foi com tristeza imensa que soube da morte do eterno Visconde de Sabugosa, o André Valli, hoje lá no Rio. Se não estivesse operada, até iria a seu enterro amanhã em Recife. Lutou contra o câncer e foi embora cedo fazer companhia à Dona Benta (Zilka Salaberry), à Tia Nastácia (Jacyra Sampaio) e ao Tio Barnabé (Samuel Santos). Estão, quem sabe?, matando as saudades dos tempos de gravação do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

O personagem do Visconde sempre representou a sabedoria para mim e durante toda a minha infância simbolizou a importância de lermos. Se aos domingos havia Os Trapalhões, outro ícone da minha amada infância, de segunda a sexta, era o Sítio que me encantava e que me fazia viajar para a Grécia Antiga, para o barco do Capitão Gancho, para o Reino das Águas Claras e até conhecer a cara do Ano Novo e do Ano Velho.

Cada personagem ali marcou toda uma geração e por isso não podia me furtar de prestar uma homenagem ao Andre e dizer o quanto sou grata por um trabalho tão brilhante quanto o dele no seriado que, na minha opinião, nunca será igualado e jamais será esquecido por aqueles que, como eu, sentavam-se à frente da TV com um pouco de suco e um pouco de biscoito para curtir uma obra-prima.