terça-feira, 15 de julho de 2008

Coisas dessa vida tão cigana

Dias como hoje justificam o nome deste blog. Há dois anos, o dia foi triste. Foi de perda. Foi de separação. Foi o último de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Finha morreu naquele 13 de julho de 2006. Treze anos após o derrame cerebral que praticamente a deixou a uma cama, ela se foi. Era meu último dia de férias. Ela havia voltado a ser internada no primeiro dia da minha folga daquele ano. A primeira internação depois de 13 anos. Se por um lado esse "tipo de morte" é menos traumática do que a repentina, não minimiza em nada o fato de que o que a gente queria mesmo era ter o poder nas mãos de curar quem a gente ama.

E se agora, enquanto escrevo, as lágrimas da saudade ainda inundam meus olhos só mostram que a gente até aprende a lidar com a saudade, mas sempre vira refém dela. Afinal, como esquecer de quem nos segura a mão na hora de aprender a andar, de levar e trazer do colégio mesmo quando ele está a pouco mais de 100 metros de casa, quem faz o papel de avó quando deveria ser apenas uma babá com horários e funções a cumprir?

Não dá. Ao menos não para mim.

Mas a vida é cigana e exatamente um ano depois do luto, lá estava eu em pleno Maracanã vivendo o início de dias tão esperados e tão inesquecivelmente fabulosos com o começo do PAN do Rio, em 13 de julho de 2007. As lágrimas naquele dia não foram de tristeza e sim de uma imensa alegria, de quem passou a vida inteira ansiando por participar de uma competição daquela magnitude. Mesmo indo sozinha, nunca me senti assim naqueles 15 dias. Não só pelo poder que o Rio exerce em meu espírito, mas porque tinha comigo a certeza de a vida é assim mesmo. Em um dia a gente chora, no outro a gente ri e o importante, portanto, é viver o que a gente tem que viver com a dignidade e a certeza de que nada acontece por acaso e de que tudo pode mudar. Tanto a alegria pode abrir espaço para a dor. Quanto a dor pode ser substituída pela felicidade.

E é por esses momentos feliz que a gente tem sempre que ir atrás dos nossos sonhos, porque se ninguém sabe ao certo como será o nosso próximo dia, seja ele qual for desta ou da semana seguinte muito menos tem idéia de como estaremos daqui a alguns instantes.

Carpe diem.

Always.

(este deveria ter sido publicado no dia 13 de julho, mas o micro de casa não colaborou)

1 Comentários:

Blogger GGUEDES disse...

É, a gente vira refém da saudade mesmo, Gil.
Te desejo que hoje seja um dia de risos. Fica bem!

Beijos e namarië.

19 de julho de 2008 às 07:56  

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