quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Lembranças olímpicas

Ok, eu confesso.

A idéia deste post não é original. Peguei do blog de Expe. Ele contou lá as lembranças das Olimpíadas que já tinha assistido, eu achei super legal e resolvi contar as minhas também.

Well, meus queridos cinco leitores, eu não posso dizer que acompanhei os Jogos Olímpicos de Moscou em 1980. Eu tinha seis anos apenas, mas há duas coisas dali que não esquecerei nunca e são minhas primeiras lembranças de Olimpíadas: a revolta de minha mãe por conta do salto do João do Pulo, que ficou em bronze, mas que até hoje gera controvérsias - e há quem diga que favoreceram russos - e a lágrima de Misha, o ursinho símbolo/mascote das competições naquele ano. Convenhamos que a imagem de um ursinho de pelúcia chorando e depois voando com balões no céu marcaria a cabeça de qualquer criança. Dia desses tava vendo o filme oficial de Moscou. Chorei (re)vendo a cerimônia de encerramento.

De Los Angeles, eu lembro das provas do Ricardinho Prado, mas o que mais me marcou naquela Olimpíada em 1984 foi: a medalha de ouro do Joaquim Cruz, lembro de ter pensado em como ele era magrinho e tinha uma cara de sofrido que me deu dó; outra lembrança, e que até hoje me dá muita raiva, é da medalha de prata do vôlei masculino. A de ouro ERA nossa, a gente jogou fora. Num esqueço nunca isso. A gente perdeu pra gente mesmo. E sem essa de que os americanos jogaram melhor, nós é que não entramos em quadra. PONTO. E, claro, não há como esquecer a Gabrielle Andersen quase se arrastando na tentativa de cruzar (e ela cruzou) a linha de chegada da maratona feminina. Se ela aceitasse ajuda médica seria desclassificada e ela foi irredutível até o final. Alguém lembra o nome da campeã? Eu não!

Seul 88, já com 14 anos, aí sim as lembranças já ficam mais fresquinhas. Antes mesmo de começar eu já curtia os Jogos ouvindo nas rádios e gravando em fita cassete a versão em inglês do lema da Olimpíada: Hand in hands (hand in hands we stand, all across the land...). Daquele ano eu lembro nitidamente que eu torcia como uma louca pela seleção de futebol por causa do gatinho do André Cruz (aliás, por onde ele andará?). Daí, ainda está nítida na minha memória a tentativa dele de agarrar a camisa do jogador que foi rumo ao gol que nos privou do ouro olímpico. O Taffarel tava naquele time também, vocês lembram?

Na minha cabeça também está a batida que o Greg Louganis se machucou na plataforma, sangrou e ficou aquela preocupação com ele, mas o americano venceu a prova (SIM, eu vejo saltos ornamentais e adoro!). Outra coisa marcante foi, sem dúvida, a luta pelo ouro de Aurélio Miguel. Logo cedinho. Eu com meus gritos e mainha lembrando que os vizinhos talvez ainda estivessem dormindo. E eu com isso?:P

Ah, e já ia me esquecendo de falar do Carl Lewis sensacional e de sorriso encantador e dela: Florence Griffith-Joyner, a Flo-Jo. Acho magnífica a forma dela competir com os cabelos praticamente soltos e as unhas todas pintadas e/ou desenhadas. Pena ter encerrado a carreira cedo e muito provavelmente por conta de doping (morreu poucos anos depois, repentinamente). Mas em Seul, eu a achava uma deusa.

Em Barcelona '92, eu já via quase tudo que podia. Acompanhei pela BAND por causa do Álvaro José, que sempre foi "o" jornalista que eu queria ser (assim como o Marcos Uchôa). Tinha o Apito Final toda noite (repetindo a fórmula de sucesso da época do PAN de Havana um ano antes e da Copa da Itália em '90), tinha o Oscar em quadra e tinha os meninos do vôlei que já haviam me arrebatado desde o Mundial que teve no Brasil dois anos antes. Até o Spyke Lee se rendeu pra torcida brasileira comandada por D'Artagnan e sua corneta! No dia da final, haveria uma festa pelos 10 anos do meu primo aqui em casa. Eu tava encarregada de fazer o brigadeiro. Alguém imagina o que aconteceu com a bacia e as bandejas do quitute que estavam comigo ou perto de mim na hora do jogo e, principalmente, na hora do saque do Marcelo Negrão que deu o nosso primeiro ouro olímpico em esportes coletivos?

Pois é, eu precisei comprar mais enlatado e preparar tudo de novo. Ainda bem que a final foi pela manhã e a festa, no início da noite. Curioso que outra lembrança dessa Olimpíada que tenho aconteceu antes dela começar: o pré-olímpico de basquete feminino em Vigo (Espanha). O Brasil esteve quase fora e depois de duas (ou foram três?) prorrogações Marta, Paula, Janeth, Hortência e companhia conseguiram a vaga. Sem falar que o futebol masculino perdeu a vaga para esta Olimpíada NO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO contra a VENEZUELA. Ninguém merece, fala sério!!!!

Ah, e sobre o arqueiro acendedor da tocha olímpica... Bem, agora não, mas naquela hora eu acreditei piamente que ele havia acertado. Não admitia de forma alguma que alguém pudesse mentir num momento daqueles. Bobinha eu com meus 18 anos, não?

Em Atlanta '96, o Brasil teve o melhor desempenho em quantidade de medalhas. O vôlei masculino não se deu bem, mas eu confesso que nessa modalidade o que ficou marcado na minha cabeça foi o quebra-pau entre brasileiras e cubanas depois da derrota de Marcia Fu, Ana Moser e companhia. Gustavo Borges e outros atletas pegaram suas medalhas (incluindo aí as duas duplas femininas do vôlei de praia, que conquistaram as primeiras medalhas para as mulheres do País em Olimpíadas) mas eu me lembro mais da ginasta americana (esqueci do nome dela agora) que, mesmo com o pé quebrado/tornozelo machucado, saltou (e eu imagino a pressão em cima dela) para poder garantir o ouro em equipes pros Estados Unidos; e da despedida emocionada e emocionante do Oscar.

Sidney 2000 eu achei um saco. A pior Olimpíada que acompanhei até agora. Achei tudo muito apático e esta é a única lembrança que tenho daqueles Jogos Olímpicos. Curta e grossa eu, né? Desculpem, meus queridos cinco leitores, mas eu não sei mentir:P

E, por último, Atenas 2004. Acompanhar aqueles Jogos foi difícil por conta da hora das competições: de dia. Lembro que achava uma pena ver estádios e ginásios vazios especialmente na primeira semana. Assim como Expe disse lá no blog dele, infelizmente aquela Olimpíada ficou marcada porque na hora do velório da mãe de um amigo nosso estava acontecendo aquele fatídico jogo onde as meninas do Brasil estavam a dois pontos de se classificarem pra final e conseguiram perder a partida mesmo estando com cinco de vantagem sobre elas. Até hoje eu tento entender como aquilo foi possível.

Em compensação: Bernardinho, que assumiu o time masculino depois da Olimpíada de Sidney, botou ordem na casa e levamos mais uma medalha de ouro. Eu acompanhei o jogo na casa dos pais de Expe. A partida foi até fácil, mas eu estava tão tensa que parecia que estava difícil. Logo depois eu vim pra casa e aí vinha espiando pelas TVs que ia encontrando pelo meio do caminho (e imaginem quantas eu não vi no circuito Piedade-Abreu e Lima) a maratona masculina. Levei e susto e fiquei surpresíssima por ver o Vanderlei Cordeiro na liderança. E quase entro na TV para dar uma voadora naquele "padre maluco" que atrapalhou o brasileiro. Ao menos aconteceu com ele o mesmo da maratona feminina de Los Angeles. Ele não foi o primeiro colocado, mas é o nome dele e é dele que sempre se lembrarão ao falar daquela prova.

E por enquanto é só.

Vou conferir as notícias olímpicas agora.

2 Comentários:

Blogger Expedito Paz disse...

Precisava lembrar do pré-olímpico de 92?:)

7 de agosto de 2008 às 09:20  
Blogger dea disse...

santa memória, batman!

7 de agosto de 2008 às 16:48  

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