Início de mais uma tarde ensolarada na capital pernambucana.
E eu já pensando em como será esta noite.
E aí tento puxar pela memória para ver se lembro quantas vezes tive insônia na vida. Dá para contar nos dedos das mãos o número, mas isso tem mudado de alguns dias para cá e piorou há coisa de uma semana.
Apesar do pouco tempo (apesar de achar que só é "pouco" esse período para quem dorme a noite toda), já aprendi que o ruim mesmo da insônia não é nem ficar acordada. É não ter ninguém acordado ao seu redor.
Em alguns momentos cogitei seriamente em ter um acesso de egoísmo extremo e acordar todos da casa, mas me contive. Tenho buscado refúgio no Pai Nosso, nas caminhadas dentro de casa (especialmente no circuito sala-cozinha-quarto-banheiro), na TV e na rede. Às vezes também apelo para o computador, mas tenho plena ciência que isso é ruim porque acaba ajudando a insônia a me vencer.
E eu não gosto de perder, me entenda bem.
Mas tem horas que não dá para ser racional.
Felizmente, nunca fui de assaltar a geladeira. Nem nunca me rendi de amores a remédios. Ontem, quase sucumbi. Pedi a meu irmão que me comprasse Passiflora, amigos do trabalho haviam me recomendado.
Mas, mesmo sendo fitoterápico, ao ler a bula e ver que era preciso tomar de três a cinco comprimidos para o troço fazer efeito, o medo me venceu e eu preferi arrumar o guarda-roupa.
Aproveitei e fiz um chá também. E, reparem bem, para quem não toma chá rezar para que um faça efeito é porque a situação já está para lá de periclitante.
Percebi nesta última semana que o horário crítico da insônia é entre meia-noite e três horas da madrugada. É um suplício vivenciar essas três horinhas e, por vezes, dá vontade de sair de casa e ficar sentada na calçada da casa da frente ou sair pela rua para ver se tem mais alguém acordado a fim de bater um papo.
Se tivesse feito isso ontem à noite, digo, hoje de madrugada, teria descoberto que a sogra do meu irmão - que é minha vizinha - também rolava na cama desperta. Como não fiz, assisti a todos os jogos da Libertadores da América, ao quarto final da NBA (Golden State Warriors x Phoenix Suns), a reprise do Jornal das Dez e o noticiário na BandNews.
Depois me estiquei na rede em frente à TV e me pus a acompanhar a segunda metade de Lara Croft - Tomb Raider. Eram quase 4h da manhã quando preguei os olhos. Duas horas depois eu estava de pé me preparando para sair pro trabalho.
Tô pregada. Mas não quero cochilar à tarde ou vai ser ainda pior para dormir à noite. O que me faz lembrar que preciso ver qual a programação dos canais SKY para hoje. Por via das dúvidas, o cesto de roupa suja já me aguarda para ser esvaziado logo mais.
Não é que eu esteja com isso querendo tornar esse tormento agradável e até engraçado, o que pretendo mesmo é falar dele durante o dia para que, à noite, eu não dedique um minuto sequer a ele e possa relaxar o suficiente para voltar ao meu soninho agradável de outrora.
Porque eu não quero sair cantarolando por aí "quantas noites não durmo a rolar-me na cama" e, além do mais, para tudo tem limite e eu já tô de saco cheio com isso.
E olha que eu nem tenho um.