domingo, 27 de julho de 2008

Enquanto Pequim 2008 não começa...

Ano de Olimpíada é aquela coisa. Para quem gosta de tudo quanto é esporte como eu, até boxe vira uma grande atração. E se for de madrugada melhor ainda, porque não impede-nos de ver muitas modalidades (Jogos Olímpicos diurnos só são bons quando 1-você está lá ou 2 - você não trabalha).

Expe achou um guia que preste, é o do UOL. Em outras palavras, ele tem os horários de todas as competições. Só não é melhor porque não diz o nome dos atletas brasileiros que estão em disputa naquela modalidade, mas isso é o de menos.

O futebol abre as competições dois dias antes da abertura oficial e eu boto fé no feminino, mas no masculino...

Bom, o importante é que falta pouco mais de 10 dias pra emoção tomar conta da telinha. E eu estou pensando seriamente em comprar uma daquelas mini TVs em P&B para não perder nenhum lance mesmo quando estiver trabalhando (felizmente, só trabalho das 8h às 13h). No entanto, há dias nos quais serei "obrigada" a trocar meu turno porque não vou perder disputa de ouro podendo gritar à vontade por uma questão burocrática, meu chefe que me desculpe, mas meu trabalho tá lá todos os dias (graças a Deus), mas Olimpíadas são só de quatro em quatro anos.

Como além deste blog, ainda tenho o Aloha e o F1 Girls, este último com as meninas, não vou criar um espaço específico pra comentar a competição. Farei isso por aqui mesmo (só não sei em que horário). Ainda estou fazendo uma matemática pra encaixar, de forma harmônica, em apenas 24 horas as cinco lá no trabalho, a uma hora e meia da ginástica, a uma hora da hidro, as quase ou mais de 12 horas de Olimpíadas e minhas horinhas de sono.

Quem tiver experiência nisso, por favor, pode me dar umas dicas?

Estou pensando em trabalhar de manhã, emendar com a ginástica, voltar pra casa, dormir à vontade (nos dias que não tiver hidro) e passar a madrugada acordada vendo os Jogos. Já nos dias que tiver hidro, eu venho direto do trabalho para minha caminha, aí vou pra hidro e emendo com o resto da noite.

Ainda bem que minha medicação tá numa dosagem bem leve, do contrário ia ser difícil driblar o sono. Aliás, vou apelar pra café com torrada ou iogurte com alguma fruta pra me manter acordada. E nada de assistir às competições deitada e muito menos tomar banho de madrugada (isso me dá um sooooooooono). Também aceito dicas saudáveis em relação a isso, ok?

Aos poucos, vou botando aqui os horários dos Jogos para quem quiser ficar mais antenado. Não deixa de ser uma excelente forma de trabalhar a ansiedade. Coisa de fã de esporte, como diria o Luciano do Vale.

Essa Olimpíada tem tudo para ser muito melhor para os atletas brasileiros e uma competição muito boa de uma forma geral, apesar de que ainda receio que algo "grande e não muito bom" possa acontecer por conta dos conflitos existentes na China.

Aguardemos e rezemos para que esteja enganada quando a este mau presságio.

sábado, 19 de julho de 2008

Que pena, Heath!

Quando noticiaram a morte precoce de Heath Ledger em 22 de janeiro deste ano, eu fiquei chocada e comentei o quanto aquilo era uma pena. Ontem, enquanto via Batman - o cavaleiro das trevas e sua interpretação com o vilão Coringa. É muito bonito e gostoso de se ver a quimica entre atores na tela e achei perfeita aquela existente entre o quarteto formado por Heath Ledger (Coringa), Christian Bale (Batman), Aaron Eckhart (Harvey Dent) e Gary Oldman (comissário Gordon).

O filme é daqueles que quando você acha que acabou, ainda tem mais coisa para acontecer e, apesar de sua longa duração, não se sente o tempo passar tamanha narrativa arrebatadora feita pelo diretor Christopher Nolan. Lembrou-me um pouco Os Infiltrados por essa característica e, ao mesmo tempo, do tempo em que Hollywood fazia grandes filmes se garantindo na combinação certeira de uma boa história e um punhado de gente com puro talento.

A expectativa em torno desta continuação de Batman Begins vinha aumentando desde o início da campanha de marketing iniciada ainda no ano passado e aumentou consideravelmente após as primeiras críticas positivas em torno especialmente da interpretação de Heath Ledger. Sua morte em janeiro elevou às alturas este sentimento. Particularmente, eu contava os dias.

Comprei nossos ingressos com antecedência para a primeira sessão e só não fomos para a pré-estréia em Recife por conta da infame logística.

Pois bem.

Fomos recompensados.

Valeu a espera.

Ledger dá show!

O Coringa é do mal, você sabe que é do mal, mas é daqueles vilões que não tem como você sentir raiva por mais odioso que seja o caráter dele.

Algumas cenas e falas para mim são emblemáticas: ele torrando dinheiro, o sadismo ao contar as várias versões para as cicatrizes no rosto, sua explicação do porquê não querer matar o Batman e.. ele de enfermeira indo atrás de Harvey Dent e turbinar a loucura provocada pela dor do personagem, que ficou com metade da cara lembrando-me da Múmia do filme homônimo!!!

Enfim, uma obra-prima e que, infelizmente, se quiserem fazer uma terceira seqüência não terá a presença de Heath e a solução seria buscar um vilão alternativo, como o Charada ou o Pingüim.

Uma pena que o destino invente de pregas umas peças na vida das pessoas sem chance de reversão.

Vá ver o filme, melhor que ficar na Internet.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A gente não é nada mesmo

Vou dizer uma coisa para vocês, meus queridos cinco leitores: a gente não é nada mesmo nessa vida. A gente se acha isso, se acha aquilo, tem gente até que se acha mais do que a gente, mas no fundo no fundo, a gente não é nada.

Ontem, ao ver o saco plástico contendo os restos mortais de Finha (ou seja, apenas os ossos) eu vi que realmente a gente é um pedacinho de nada em comparação a todas as coisas que regem o mundo ou que estão nele.

Não agüentei ver a retirada do caixão, apenas me certifiquei de que o coveiro estava abrindo a "gaveta" correta e me afastei com minha prima. Sobrou para painho a missão de acompanhar. Ele ainda tentou me dar detalhes, mas pedi que não o fizesse. Não agüentaria.

Passei o dia inteiro fazendo de conta que na mala do carro não estávamos transportando ela e que iríamos enterrá-la novamente, e agora em definitivo, no cemitério em Itabaiana. Minha espinha sentiu um calafrio quando, sem cuidado, o coveiro do cemitério paraibano colocou o saco plástico em cima do mausoléu e os ossos fizeram barulho.

Definitivamente, eu sou a favor da cremação.

É doloroso esse ritual, espero não ter que repetí-lo por vários anos e fiquei imaginando como é para um pai ou uma mãe ter que fazer aquilo com o corpo do filho.

Sim, eu sei que é melhor fazer isso que deixar que os ossos simplesmente sejam retirados do caixão e jogados no lixo ou quem sabe até comercializados. Mas que eu acabei o dia com enxaqueca daquelas e um peso no coração sem tamanho, acabei.

Não tive como evitar.

E fiquei pensando em como certas coisas poderiam ser diferentes. Em como as pessoas são tolas e em como a gente... a gente não tem poder para nada.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Coisas dessa vida tão cigana

Dias como hoje justificam o nome deste blog. Há dois anos, o dia foi triste. Foi de perda. Foi de separação. Foi o último de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Finha morreu naquele 13 de julho de 2006. Treze anos após o derrame cerebral que praticamente a deixou a uma cama, ela se foi. Era meu último dia de férias. Ela havia voltado a ser internada no primeiro dia da minha folga daquele ano. A primeira internação depois de 13 anos. Se por um lado esse "tipo de morte" é menos traumática do que a repentina, não minimiza em nada o fato de que o que a gente queria mesmo era ter o poder nas mãos de curar quem a gente ama.

E se agora, enquanto escrevo, as lágrimas da saudade ainda inundam meus olhos só mostram que a gente até aprende a lidar com a saudade, mas sempre vira refém dela. Afinal, como esquecer de quem nos segura a mão na hora de aprender a andar, de levar e trazer do colégio mesmo quando ele está a pouco mais de 100 metros de casa, quem faz o papel de avó quando deveria ser apenas uma babá com horários e funções a cumprir?

Não dá. Ao menos não para mim.

Mas a vida é cigana e exatamente um ano depois do luto, lá estava eu em pleno Maracanã vivendo o início de dias tão esperados e tão inesquecivelmente fabulosos com o começo do PAN do Rio, em 13 de julho de 2007. As lágrimas naquele dia não foram de tristeza e sim de uma imensa alegria, de quem passou a vida inteira ansiando por participar de uma competição daquela magnitude. Mesmo indo sozinha, nunca me senti assim naqueles 15 dias. Não só pelo poder que o Rio exerce em meu espírito, mas porque tinha comigo a certeza de a vida é assim mesmo. Em um dia a gente chora, no outro a gente ri e o importante, portanto, é viver o que a gente tem que viver com a dignidade e a certeza de que nada acontece por acaso e de que tudo pode mudar. Tanto a alegria pode abrir espaço para a dor. Quanto a dor pode ser substituída pela felicidade.

E é por esses momentos feliz que a gente tem sempre que ir atrás dos nossos sonhos, porque se ninguém sabe ao certo como será o nosso próximo dia, seja ele qual for desta ou da semana seguinte muito menos tem idéia de como estaremos daqui a alguns instantes.

Carpe diem.

Always.

(este deveria ter sido publicado no dia 13 de julho, mas o micro de casa não colaborou)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Um clássico inesquecível

Zapeando a tv hoje à tarde me deparei com esta obra-prima:

"I'm sorry, but I don't want to be an emperor. That's not my business. I don't want to rule or conquer anyone. I should like to help everyone if possible - Jew, Gentile - black man - white.

We all want to help one another. Human beings are like that. We want to live by each other's happiness - not by each other's misery. We don't want to hate and despise one another. In this world there's room for everyone and the good earth is rich and can provide for everyone.

The way of life can be free and beautiful, but we have lost the way. Greed has poisoned men's souls - has barricaded the world with hate - has goose-stepped us into misery and bloodshed. We have developed speed, but we have shut ourselves in. Machinery that gives abundance has left us in want. Our knowledge has made us cynical; our cleverness, hard and unkind. We think too much and feel too little. More than machinery we need humanity. More than cleverness, we need kindness and gentleness. Without these qualities, life will be violent and all will be lost.

The aeroplane and the radio have brought us closer together. The very nature of these inventions cries out for the goodness in man - cries for universal brotherhood - for the unity of us all. Even now my voice is reaching millions throughout the world - millions of despairing men, women, and little children - victims of a system that makes men torture and imprison innocent people. To those who can hear me, I say: 'Do not despair.' The misery that is now upon us is but the passing of greed - the bitterness of men who fear the way of human progress. The hate of men will pass, and dictators die, and the power they took from the people will return to the people. And so long as men die, liberty will never perish.

Soldiers! Don't give yourselves to brutes - men who despise you and enslave you - who regiment your lives - tell you what to do - what to think and what to feel! Who drill you - diet you - treat you like cattle, use you as cannon fodder. Don't give yourselves to these unnatural men - machine men with machine minds and machine hearts! You are not machines! You are not cattle! You are men! You have the love of humanity in your hearts. You don't hate, only the unloved hate - the unloved and the unnatural!

Soldiers! Don't fight for slavery! Fight for liberty! In the seventeenth chapter of St Luke, it is written the kingdom of God is within man not one man nor a group of men, but in all men! In you! You, the people, have the power - the power to create machines. The power to create happiness! You, the people, have the power to make this life free and beautiful - to make this life a wonderful adventure. Then in the name of democracy - let us use that power - let us all unite. Let us fight for a new world - a decent world that will give men a chance to work - that will give youth a future and old age a security.

By the promise of these things, brutes have risen to power. But they lie! They do not fulfil that promise. They never will! Dictators free themselves but they enslave the people. Now let us fight to fulfil that promise! Let us fight to free the world - to do away with national barriers - to do away with greed, with hate and intolerance. Let us fight for a world of reason - a world where science and progress will lead to all men's happiness. Soldiers, in the name of democracy, let us unite!

Hannah, can you hear me? Wherever you are, look up Hannah. The clouds are lifting! The sun is breaking through! We are coming out of the darkness into the light. We are coming into a new world - a kindlier world, where men will rise above their hate, their greed and their brutality. Look up, Hannah! The soul of man has been given wings and at last he is beginning to fly. He is flying into the rainbow - into the light of hope, into the future, the glorious future that belongs to you, to me, and to all of us. Look up, Hannah... look up!"

Discurso do personagem de Charlie Chaplin em O Grande Ditador.

Para ver.

Rever.

Pensar.

Aplaudir.

Disseminar.

E adotar.

1977 foi um ano triste mesmo: morreram Elvis e Chaplin, este último em pleno Natal.